segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Autonomia e Esclarecimento de Kant




Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade. Sendo menoridade uma incapacidade de se servir do seu próprio entendimento, impedindo o crescimento racional.

A partir do momento que criamos consciência de nós e do mundo automaticamente sofremos uma emancipação do comodismo e medo. 

O covarde é aquele que não tem coragem de assumir a carga de decisões e conflitos por se dizer não ter conhecimento racional, ou não buscá-lo. Menoridade é a inabilidade de usar seu próprio entendimento sem qualquer guia.

“O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem”

Para sair do ciclo do comodismo, da preguiça e covardia devemos ler questionar, investigar, procurar saber. 
“A frase clássica “Sapere aude” significa ‘‘ouse saber ou conhecer”. “Tenha coragem de usar seu próprio entendimento”.

O homem de virtudes investiga um fato através da lógica e assume os riscos de suas próprias teorias. Todo o indivíduo vive uma situação de menoridade em alguma fase de sua vida, mas não poderia ficar neste ciclo a vida toda, pois a emancipação faria parte de um ciclo evolutivo.
Para Kant uma sociedade sem esclarecimento, ou um povo que continua na sua menoridade é uma oportunidade fértil à  governos tirânicos.


Desejos e Vontades


Retirado do texto “o que é o iluminismo?” Kant retrata a questão da autonomia e esclarecimento em dois conceitos como desejos e vontades.

Desejos são impulsos do corpo, vontade é uma ação livre deliberada e racional, própria do ser humano.

Um animal por não ter racionalidade, é movido por seus desejos. Para o  ser humano, nós temos desejos, mas por outro lado temos a vontade, sendo que a vontade de Kant é a capacidade da racionalidade de escolher os seus desejos.

Os desejos acima de tudo podem ser vistos como sentimentos, por serem desejos que nunca irão parar de serem sentidos. A vontade é a decisão final dos desejos do ser humano, sendo através dela a capacidade que temos de sermos racionais com poder de escolher as decisões independentemente do que sentimos. (Diferente de Nietzsche)

É neste ponto em que a vontade seria o controle de nossos instintos, que logo, somos seres que podemos agir independente da nossa “natureza”, o que nos permite conviver em sociedade.

O homem tem a capacidade racional para se guiar livremente pelo mundo, as pessoas por outra vez, tem a fraqueza abrindo mão desta capacidade.

Considera-se que a autonomia e autenticidade andam juntas quando tomados como objeto a liberdade de escolhas, valores, pensamentos e opiniões pela nossa racionalidade.

É notável até princípios existenciais, portanto será o ser guiado e controlado um ser com existência? Ou ao menos com uma relevância na existência? 

Considerando que Kant obtém como aspectos positivos o ser que age por sua racionalidade e autonomia, logo pressupõe uma irrelevância existencial às pessoas que não adquirem tal autonomia. 

Por outro lado escolher ser guiado pela sua própria mente e ter a liberdade, é uma escolha muito difícil, porque “o mundo mostrará o contrário”. 

A comodidade de fórmulas prontas de vida, de como devemos pensar, agir, falar, cortar o cabelo, se vestir. 
O tirando que definiria e guiaria o sujeito conforme seus moldes.Pessoas que pensam por si mesmas e fogem destes padrões, são muitas vezes violentadas simbolicamente através da incompreensão da sociedade, ou opressão da tirania; que por sua vez, aponta as conseqüências das pessoas que procuram a liberdade com seus  teores de ameaças.

.A democracia anda bem mascarada se analisada sob este ponto.

 O governo deve estimular as pessoas a raciocinarem, indo mais além; para Kant não é direito dos autoritários e do poder político definir o destino das gerações como pessoas sem autonomia para pensar, sendo o mais absurdo os chamados “tutores do povo”, são os da menoridade racional.







Nenhum comentário:

Postar um comentário